11/26/2004 02:00:00 PM
Hoje mais uma vez eu sentei para escrever... no entanto não me tem sido muito favoråvel a idÊia de escrever algo assim, sem mais nem menos... o que me vem à cabeça? Estou ouvindo black sheep, do Sonata Arctica. Eu poderia fazer um zine só com as coisas que eu escrevo assim nas noites em que decido me sentar para escrever sem nenhum motivo em especial.
As velas queimam. PorquĂŞ? Porque em algum momento alguĂŠm lhes deu a chama da vida e por causa disso elas se sentem no direito de insistir em queimar o mĂĄximo possĂvel. AtĂŠ o fim, elas queimam com o desespero. Porque o vento, a chuva ou atĂŠ mesmo um garoto com medo de se queimar pode apagar a chama tĂŁo acesa, tĂŁo brilhante, tĂŁo quente.
DeverĂamos nos portar como as velas. Sem nos importarmos tanto em deixar as coisas para amanha. Seremos apagados a qualquer instante.
Bateu as asas negras como se nada adiantasse. Como se não fosse nada ou ninguÊm. Ele sentia que não fazia diferença. Ouvia vozes em sua mente. As vozes o incentivavam a viver. Consciência. Força. Amizade. Era como se eles o apoiassem a cada passo. Estava antes perdido em dores. Ela nunca mais o olharia nos olhos como fazia quando estavam juntos. Ela nunca mais piscaria. Não fazia nenhum sentido pensar daquela forma. Assim, o tempo parado à sua volta tambÊm não fazia sentido. Os låbios dela se movendo no ar. Sua pele branca misturada com o vento, semitransparente. Liberdade. Sair do mundo podre onde tinha que chorar sangue. Ir para onde só havia noite. A noite se estendesse. Catedral onde os loucos não podiam entrar. Onde cabelos estranhos e roupas negras apenas o fariam ver semelhantes. Qualquer lugar onde pudesse abraça-la de novo.
Pingos grossos sobre as costas curvas. Cabelos negros molhados. AtĂŠ as nuvens em fogo se apagavam num pĂ´r-do-sol difuso. Chuva e neblina grossa numa cidade vazia. Entre uma faixa branca e outra decidiu procurar o que ela deixou dentro de si mesmo. Queria viver. A buzina alta, pneus cantando Ăłperas sem fim. A mĂŁo caĂda. Piscou os olhos. VisĂŁo turva. Como uma vela de amor sob uma chuva de lĂĄgrimas de sangue. Os lĂĄbios dela o beijaram mais uma vez.
âCarpe Nocteâ â foi sussurrado. Nunca mais, nunca mais. Nunca mais sofrerĂĄ por ela.
Atenda o telefone. Estamos te esperando do outro lado. Sussurrado por Artur Pequeno
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